quinta-feira, 4 de abril de 2013

Para quem acha que a escravidão no Rio Grande do Sul quase inexistiu.


Notícias de Nicolau Dreys - Pelotas, 1839.


     "De tempo muito remoto, e quase desde a sua descoberta, o Rio Grande tem sido considerado como uma espécie de purgatório dos negros; até a explosão da guerra civil, quando um negro das outras províncias do Brasil manifestava alguma disposição viciosa, Rio Grande era o destino que se lhe infligia como um castigo; e ainda há pouco, quase todos os dias, os periódicos da Corte ofereciam negros para vender, com a condição expressa de serem exportados para o Rio Grande.
      Daí seguiu-se a introdução, na opinião pública, de duas conseqüências errôneas, a saber: que a população negra do Rio Grande era moralmente péssima e que também era péssima a condição dos escravos naquela Província.
      Estivemos no Rio Grande bastantes anos com muitas relações de amizade e de comércio; residimos nas charqueadas e nas estâncias; tivemos escravos comprados no Rio Grande, e podemos dizer, em abono da verdade, que nunca vimos no Rio Grande os escravos nem mais viciosos nem mais maltratados que nas outras partes da América."

Dreys, Nicolau. Notícia Descritiva da Província do Rio Grande de São Pedro do Sul. Rio de Janeiro: J. Villeneuve & Comp., 1839.


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