segunda-feira, 13 de junho de 2011

Mais um pouco de Domingos José de Almeida

     Seguindo a série de informações pouco divulgadas da revolução farroupilha, abaixo mais um trecho da carta de Domingos José de Almeida. Comentem.

     "Tendo em 1837 afiançado para com João Pedro Ramirez e o mesmo Victorica porção de gêneros para municiar e vestir o exército, como comprovam os documentos G, H, para pagamento do restante dessa fiança e da quantia acima pré-indicada, pouco antes de deixar o ministério que ocupava, mandei dar ao dito Victorica porção de gado de criar, mas anulando o Sr. Fontoura essa ordem, ficaram a importância dos escravos alugados garantindo o restante da dívida do governo, e o resto daqueles que eu ainda possuía hipotecados ao que devia a Victorica [...] Este ato do Sr. Fontoura para comigo, que de outro procedimento me julgava credor pelos meus serviços e sacrifícios que deixo mencionados, me arrancou justos queixumes, e esses queixumes, como suponho, me proporcionaram a perda de doze dos melhores escravos que eu tinha em Montevidéu, e todo o mal que depois o Sr. Fontoura teve a ocasião de fazer-me; porquanto negando-me tenazmente em agosto de 1842 a quantia que eu devia a Victorica, e que reclamei para mandá-la e retirar meus escravos antes que se verificasse a invasão das tropas de Buenos Aires, caluniou-me, tirou-me os meios"

Fonte: História Regional da Infâmia. Silva, Juremir Machado da. Págs. 23 e 24

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Trecho da carta de Domingos José de Almeida para General Neto em 23 de março de 1839

  A prova do financiamento da revolução farroupilha através da venda de escravos. Impressionante. Comentem.

     "Para seguir o fio da minha narração, direi neste lugar que, para pagamento da tipografia, de papel e remédios vindos de Montevidéu, por mim pedidos; para suprir com um conto de réis para aos nossos prisioneiros, cujos clamores acusavam já o governo de uma maneira espantosa; e para pagamento de outras diversas dívidas do estado, um dia antes de vir de Piratini para esta, mandei vender 17 escravos carneadores que tinha em Montevidéu e dos jornais dos quais me tenho sustentado e à minha família, expondo-a por isso agora aos horrores da miséria. Quando me encarregou da compra de cavalos no Estado Oriental, já para esse fim vendi 35 escravos a Manuel Gonçalves da Costa. Mas qual o prêmio de tantos e tão reiterados sacrifícios? Eu, com soberba o digo, que me não tenho utilizado de 20$000 da nação e que nem o pretendo fazer enquanto poder, fui tido como um ladrão."

Fonte: História Regional da Infâmia. Silva, Juremir Machado da. Pág. 21

terça-feira, 7 de junho de 2011

Retomando

Bom pessoal que segue o blog, estou retomando os textos a partir de pesquisas que andei fazendo. Leiam e discutam à vontade. Abração.